5dez 2022
06:30 UTC
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A história do pensamento linguístico no Brasil: é possível periodizar?

Na apresentação, discutimos um modelo teórico para a periodização da história do pensamento linguístico no Brasil, pelo modelo teórico-metodológico de Pierre Swiggers (2012; 2019; BATISTA, 2019). Nossa proposta, ainda em fase de desenvolvimento (KALTNER, 2022), é vincular a história do pensamento linguístico no Brasil à história institucional, em que houve três grandes modelos administrativos específicos: a colônia, o Império e a República. Essas mudanças institucionais teriam se relacionado a três momentos também no desenvolvimento da história do pensamento linguístico: um período missionário, um período secular e um período científico, segundo o modelo teórico ainda em desenvolvimento. A principal característica de cada período da história do pensamento linguístico no Brasil é a predominância de determinadas correntes de pensamento (SWIGGERS, 2013), assim exemplificaremos a descrição do pensamento linguístico com o período missionário, no Brasil. Especificamente, nos deteremos na América portuguesa quinhentista, em que temos a Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (ANCHIETA, 1595), como a primeira gramática do período missionário. A gramática de Anchieta, no modelo de gramática missionária (ZWARTJES, 2011), é um morfótipo textual de seu contexto. Em nossa análise da gramática, buscaremos demonstrar como duas correntes de pensamento europeias podem ter influído na redação da obra: o Humanismo renascentista português e a Segunda Escolástica, que caracterizaram essa primeira etapa da história do pensamento linguístico no Brasil.